A SOBERANIA DE DEUS Paulo César Bornelli
“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam O Nosso Único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”
Judas 3,4.
Todos nós temos muita dificuldade para discernir o momento histórico em que vivemos. Podemos com facilidade olhar para o passado e reconhecer grandes lutas teológicas com relação a soberania de Deus, e como Deus usou homens que pela Sua graça deram suas vidas por esta verdade.
Esta verdade é central na Bíblia, e sempre foi o fundamento da teologia cristã que é teísta. Hoje, a ausência desta verdade, tem produzido uma conduta doentia nas igrejas, e como conseqüência, um caos teológico e moral.
v Teísmo (do grego Théos, "Deus") é uma crença na existência de deuses, seja um ou mais de um, no caso de mais de um, pode existir um supremo. Teísmo não é religião, pois não se trata de um sistema de costumes, rituais e não possui sacerdotes ou uma instituição. ...
Será que há falsos mestres hoje também ? Creio que sim, pois a teologia moderna esta infiltrada de filosofia e psicologia, e como resultado temos divinizado o homem e humanizado a Deus.
Dizem que um Deus soberano limita a liberdade humana, e que a vontade humana não está sujeita a uma causa última, e nem ao conselho eterno de um Deus soberano.
A proposta é para que deixemos os fundamentos doutrinários da fé, para podermos fazer uma nova leitura da Bíblia sem referenciais doutrinários ou históricos.
Chegam ao absurdo de propor que abandonemos dois mil anos de história da Igreja e as Antigas Doutrinas da Graça tais como: A depravação total, a eleição incondicional, a limitada expiação, a irresistível graça e a perseverança do Salvador em preservar os Seus eleitos. Estas sempre foram as doutrinas que sustentaram a Igreja até hoje.
Jogar tudo isso pela janela é ter a pretensão de achar que Deus está começando conosco, é muita soberba, para não dizer grande loucura.
Temos que discernir a nossa hora, não podemos ser tão ingênuos em pensar que hoje Satanás não esteja usando falsos mestres para nos distrair da centralidade de Deus como um Ser soberano e da total suficiência de Cristo Jesus nosso Senhor.
Podemos ter a certeza de uma verdade; por trás de toda está proposta liberal contrária aos fundamentos doutrinários da fé e da teologia cristã, há um princípio teológico muito bem definido que é a autonomia humana.
REFLEXÇÃO
Soberania de Deus |
- Do lat. “superanus”, um adjetivo qualificativo derivado de “super”, que significa “sobre”. “Soberano” é, portanto, aquele que está “sobre” algo ou alguém; autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas no céu e na terra. |
"Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" (Rm 9.21)
Questionar a moralidade das ações divinas é inadequado. As criaturas não têm o direito de objetar ao que seu Criador faz. Este ensinamento jamais deveria nos levar a pensar que uns são mais dignos que outros, mas sim, que o Criador controla toda a criação. Não há base para o ensino que afirma que podemos exigir de Deus, ou de alguma forma ‘pressioná-Lo’ a fazer algo. A criatura não tem o direito de exigir nada do seu Criador visto que sua existência depende dEle.
Jeremias 18.1-10
O Senhor pede que o profeta vá à casa do oleiro, para que ali observe o trabalho do artífice. Jeremias obedece ao Senhor e, naquele local, aprende uma importante lição a respeito da soberania divina.
Enquanto Jeremias observava o trabalho do oleiro, Deus colocava em sua mente duas grandes verdades. Deus tem autoridade e poder para formar e moldar reinos e nações como lhe agradar. Pode dispor de nós como lhe agradar, e seria tão absurdo que nós questionássemos isto, como se o barro discutisse com o oleiro. Contudo, as regras de justiça e bondade continuam sempre iguais. Quando Deus vem contra nós com juízos, podemos estar certos que é por causa de nossos pecados; a conversão sincera do mal do pecado evita o mal do castigo às pessoas, famílias e nações. O Altíssimo mostra ao profeta que Ele pode e faz, sempre, o que é melhor (ainda que não entendamos assim). "[...] Meu plano realizar-se-á, executarei todas as minhas vontades.." Isaías 46.10Versão Católica.
Jeremias desce à casa do oleiro por ordem de Deus e ali aprende que tal como um oleiro pode remodelar um vaso mal formado, Deus remodelará seu povo disciplinando-o no exílio. Deus é soberano sobre o povo de Judá – a produção do oleiro depende da qualidade da argila; o que Deus faz do seu povo depende da reação deste.
Jeremias representa o juízo divino pelo quebrar de um jarro feito de argila e é maltratado por causa de sua mensagem impopular: assim como a qualidade da argila limita as possibilidades de produção do oleiro, assim a qualidade do povo limita o que Deus fará com ele. Assim como o oleiro tem poder sobre a argila, de igual modo, Deus tem poder sobre nossa vida.
- Soberania não é arbitrariedade. Deus exerce sua soberania em misericórdia abundante, não na rigorosa justiça. O cristão precisa submeter-se à vontade de Deus, a fim de que Ele opere em sua vida segundo o seu querer.
Como estamos encarando a soberania de Deus? Temos considerado a sua vontade? Ou achamos que, frágeis vasos, temos autoridade sobre o Oleiro? Humildemente, oremos: "Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu".
WAGNER PR.
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