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sábado, 7 de abril de 2012

SÉRIE “ANTES DE TUDO PREGA O EVANGELHO” 2

SÉRIE  “ANTES DE TUDO PREGA O EVANGELHO” 2





2. Timóteo, o filho amado de Paulo (vs. 2-8)

Ao amado filho Timóteo: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Senhor. 3Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque sem cessar me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. 4Lembrado das tuas lagrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria,  5pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que primeiramente habitou em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti. 6Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus, que há em ti pela imposição de minhas mãos. 7Porque Deus não nos tem dado espirito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. 8Não te envergonhes, portanto, do teste­munho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evan­gelho, segundo o poder de Deus.

Aqui Paulo chama Timóteo de "amado filho", e em outra parte "filho amado e fiel no Senhor" (1 Co 4: 17), presumivelmente porque foi o instrumento humano usado para a conversão de Ti­móteo. Certamente a razão por que podia referir-se aos coríntios como "filhos meus amados", era que "eu pelo evangelho vos ge­rei em Cristo Jesus" (1 Co 4: 14, 15). Presumimos, pois, que quan­do Paulo e seu companheiro visitaram Listra, em sua primeira viagem missionária, "onde anunciavam o evangelho" (Atos 14: 6-7), Timóteo ouviu e aceitou as boas novas, de forma que, quan­do Paulo tornou a visitar Listra, alguns anos mais tarde em sua segunda viagem missionária, "havia ali um discípulo chamado Timó­teo", o qual já fizera tal progresso na vida cristã que "dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio" (At 16:1-2).

A seu "amado filho" Paulo envia agora a costumeira saudação de "graça e paz", acrescentando, nas duas cartas a Timóteo, "mi­sericórdia". Podemos estar certos de que esta saudação em três palavras não é mera convenção epistolar, pois estas são palavras de profunda importância teológica. Elas nos comunicam muito acerca da triste condição do homem em pecado e, apesar disso, do imutável amor de Deus pelo pecador. Porque assim como a graça é a bondade de Deus para com os indignos, a misericórdia é mostrada aos fracos e desamparados, incapazes de ajudarem-se a si mesmos. Nas parábolas de Jesus, foi misericórdia que o bom samaritano demonstrou à vítima dos assaltantes; foi misericórdia que o rei conferiu a seu servo que estava tão endividado a ponto de não poder pagar a sua dívida (Lc 10: 37; Mt 18: 33). Foi tam­bém misericórdia que converteu Saulo de Tarso, ferrenho blasfemador e perseguidor. "Mas obtive misericórdia", escrevera Paulo em sua primeira carta a Timóteo (1 Tm 1: 13; 16).   "Paz", por outro lado, é reconciliação, restauração da harmonia em vidas ar­ruinadas pela discórdia. Podemos talvez sintetizar estas três bên­çãos do amor de Deus como sendo graça ao indigno, misericór­dia ao desamparado e paz ao aflito, permanecendo Deus Pai e Cristo Jesus, nosso Senhor, a fonte única de onde flui essa tripla torrente.

Segue então um parágrafo de cunho bem pessoal, no qual o apóstolo afirma não ter se esquecido de Timóteo. "Sem cessar me lembro de ti em minhas orações, noite e dia" (v.3), "lembrado das tuas lágrimas" (v.4) e "pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento" (v.5). E sempre que me lembro de ti, Timóteo, "dou graças a Deus" (v.3).

Este último ponto é significativo. Mostra que Paulo reconhecia ter sido Deus quem fizera de Timóteo o que ele de fato era. Timó­teo não era um apóstolo como Paulo. Isso eles deixaram bem cla­ro, ao escreverem em conjunto cartas às igrejas, como por exem­plo na carta aos Colossenses: "Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus e ó irmão Timóteo. . .". Timóteo era um ir­mão em Cristo. Era também um ministro cristão, um missionário e representante do apóstolo. E Deus vinha operando na vida de Timóteo para fazer dele uma pessoa com tais atributos. Direta ou indiretamente, Paulo menciona, neste parágrafo, as quatro maiores influências que teriam contribuído para a formação de Timóteo.

a. A formação familiar

Paulo refere-se, neste parágrafo, a seus antepassados (v.3), dele e de Timóteo, e também à mãe e à avó de Timóteo (v.5). E isto faz sentido porque toda pessoa é, em alto grau, afetada por razões de ordem genética. A maior influência na formação de cada um de nós deve-se ou à ascendência ou ao lar. Por esta mesma razão, boas biografias nunca começam abordando as pessoas de que tra­tam, mas os seus pais e possivelmente também os seus avós. É bem verdade que ninguém pode herdar a fé de seus pais, do mesmo modo como herda traços de personalidade, mas uma criança pode ser conduzida à fé pelo ensino, pelo exemplo e pelas orações de seus pais.

Timóteo provinha de um lar temente a Deus. Lucas nos con­ta que ele era filho de um casamento misto, em que o pai era grego e a mãe judia (Atos 16: 1). Pode-se presumir que o seu pai fosse descrente, mas a mãe Eunice era uma judia crente, que se tornou cristã. E, antes da mãe, sua avó Lóide era também con­vertida, visto que Paulo escreve sobre a "fé sem fingimento" das três gerações (v.5). Talvez os três, avó, mãe e filho, devessem sua conversão a Paulo, quando levou o evangelho a Listra. Mesmo antes da conversão a Cristo, essas mulheres tementes a Deus ha­viam instruído Timóteo no Antigo Testamento, assim que, "des­de a meninice" fora inteirado das "sagradas letras" (3: 15). Calvino comenta, com muita propriedade, que Timóteo "foi criado de tal modo que pôde sugar a piedade junto com o leite materno". [1]

Paulo poderia dizer praticamente o mesmo de si próprio. Estivera servindo a Deus "com uma consciência pura", assim como os seus antepassados o fizeram antes dele. É claro que a sua fé se enriqueceu, tornou-se mais completa e mais profunda quan­do Deus lhe revelou Cristo. Contudo, ainda era substancialmente a mesma fé dos crentes do Antigo Testamento, como Abraão e Davi, pois era o mesmo Deus no qual todos eles sempre creram. É como se lê em Romanos 4. Não é de se estranhar, então, que Paulo tenha afirmado ao procurador Félix: "Sirvo ao Deus de nossos pais" (Atos 24: 14; cf. 26: 6). Devemos sempre lembrar disso ao testemunharmos aos judeus contemporâneos. A conver­são de um judeu a Cristo não é de forma alguma um ato de infidelidade a seus antepassados; é, isto sim, o cumprimento da fé e da esperança de seus antepassados.

Voltando a Timóteo, a primeira influência em sua vida foi a sua educação no lar e, em particular, a sua mãe e a sua avó, cren­tes sinceras, que lhe falaram das Escrituras desde a infância. De igual forma, é uma bênção de valor incalculável, da parte de Deus, hoje nascer e ser criado num lar cristão.

b. A amizade espiritual

Depois de nossos pais, os nossos amigos são os que mais nos influ­enciam, especialmente se são, de algum modo, nossos professores. E Paulo era para Timóteo um mestre e amigo excepcional. Já vi­mos que Paulo era o "pai espiritual" de Timóteo. Paulo o conduzira a Cristo, por isso não se esqueceu dele, nem o abandonou. Paulo lembrava-se constantemente dele, como diz repetidamen­te nesta passagem. Também o tomara consigo em suas viagens e o treinara como um aprendiz. Na última vez em que se separaram, Timóteo foi incapaz de conter as lágrimas. E agora, recordando-se daquelas lágrimas, Paulo almejava "noite e dia" tornar a vê-lo, "para que eu transborde de alegria" (v.4). O Rev. Handley Moule interpreta apipothön como "ardente saudade".[2] Entrementes, Paulo orava sem cessar por Timóteo (v.3) e, de tempos em tempos, escrevia-lhe cartas de aconselhamento e encorajamento, tais como esta.

Tal amizade crista, incluindo o companheirismo, as cartas e as orações que a expressavam, certamente teve um poderoso efeito na formação do jovem Timóteo, fortalecendo-o e sustentando-o em sua vida e no serviço cristãos.

Eu agradeço a Deus pelo homem que me levou a Cristo e pela extraordinária devoção com que me acompanhou nos primeiros anos da minha vida cristã. Ele me escrevia semanalmente, creio que por sete anos. Também orava por mim todos os dias e creio que ainda o faça. Nem posso avaliar o quanto sou devedor a Deus por esse fiel amigo e pastor.

c. O dom espiritual

Paulo deixa agora os meios indiretos usados por Deus para moldar o caráter cristão de Timóteo (seus pais e amigos) para enfocar um dom diretamente dado por Deus a ele. "Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos" (v.6). Que dom (carisma) da graça de Deus foi este, não sabemos nem de leve, pelo simples fato de não nos ter sido revelado. Não temos a liberdade de ir além da Escritura. Contudo, podemos arriscar uma conjectura, desde que ressalvemos que se trata de apenas uma suposição. O que está claro, tanto neste ver­sículo como numa referência similar em 1 Timóteo 4: 14, é que o dom lhe fora conferido quando Paulo e certos "anciãos" (provavel­mente da igreja em Listra) lhe impuseram as mãos. Os dois versí­culos mencionam a imposição de mãos e parecem referir-se ao que podemos chamar de sua "ordenação" ou "comissionamento". Sen­do assim, então o dom em questão seria um dom que Deus lhe dera relacionado com o seu ministério. É possível também que Paulo esteja se referindo ao ministério em si, para o qual Timóteo fora separado, pela imposição de mãos. De fato, as funções de pastor e de mestre, tal como as de apóstolo e de profeta, são apontadas como dons da graça de Deus (Ef 4: 7-11). Desse modo, talvez Dean Alford tenha razão, ao dizer que "o dom espiritual é o de ensinar e o de presidir a igreja".[3] Ou então a referência pode ter sido ao dom de evangelização. Logo adiante Paulo insiste com Timóteo para que este faça o trabalho de evangelista, cumprindo assim o seu ministério (4: 5). Ou ainda, uma vez que o apóstolo prossegue imediatamente referindo-se à espécie de espírito que Deus nos deu (v.7), é possível que ele estivesse se referindo a uma dádiva ou unção especial do Espírito, que Timóteo recebera por ocasião de sua ordenação, e que o capacitaria à obra para a qual fora chamado. Minha opinião pessoal é que é mais seguro descre­ver o carisma de Timóteo com as palavras de Alfred Plummer: "a autoridade e o poder para ser um ministro de Cristo".[4] Isto inclui tanto a função como o equipamento espiritual necessário para desempenhá-la.

Aprendemos, pois, que o homem não é somente o que ele rece­be de seus pais, amigos e mestres, mas também o que Deus mesmo faz dele, quando o chama para um ministério especial, dotando-o com recursos espirituais apropriados.

d. A disciplina pessoal

De fato, os dons de Deus, tanto os naturais como os espirituais, precisam ser desenvolvidos e usados. As parábolas dos talentos e das minas, que nosso Senhor ensinou, ilustram claramente a res­ponsabilidade pelo serviço, a recompensa pela fidelidade e o peri­go da preguiça. Assim, na sua primeira carta, Paulo pede que Timó­teo não se faça negligente com o seu dom (4: 14) e na segunda car­ta o admoesta a reavivá-lo (v.6), ou reacendê-lo. O dom é compa­rado ao fogo.  Do verbo grego anazöpureö, que não aparece em nenhuma outra passagem do Novo Testamento, não se pode deduzir que Timóteo tenha deixado o fogo extinguir-se e que tenha agora de soprar as brasas quase apagadas, até que o fogo ressurja. O pre­fixo ana pode indicar tanto aumentar o fogo como tornar a acen­dê-lo. Parece, pois, que a exortação de Paulo é para continuar so­prando, para "atiçar aquele fogo interior", para conservá-lo vivo, até inflamar-se, e isso presumivelmente pelo exercício fiel do seu dom e pela súplica a Deus por constante renovação desse dom.

Lançando este apelo, Paulo imediatamente justifica: "porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação" (v.7). Já consideramos anteriormente os problemas da mocidade, da saúde debilitada e do temperamento tímido contra os quais Timóteo teria que lutar. Ele parece ter sido uma criatura muito arredia e sensível, a quem a responsabili­dade se configurava como uma carga pesada. Talvez temesse ex­cessos e extravagâncias espirituais. Assim, Paulo é compelido a não somente insistir com ele para conservar ativo o seu dom, mas também a certificá-lo de que ele não devia ser acanhado no exer­cício do mesmo.

Por que não? Bem, porque "covardia não tem nada a ver com o Cristianismo",[5] ou, como Paulo o diz, por causa do Espírito que Deus nos deu. Note-se que, ainda que um certo dom espiritual específico tenha sido dado a Timóteo ("que há em ti"), o dom do Espírito em si foi dado a todos nós ("Deus... nos tem dado") a to­dos os que estamos em Cristo. E este Espírito, que Deus deu a todos nós, não é um Espírito de "covardia", mas de "poder, de amor e de moderação". Sendo ele o Espírito de poder, podemos estar confiantes de que ele nos capacita no exercício do nosso ministério. Sendo ele o Espírito de amor, devemos usar a autori­dade e o poder de Deus a serviço do próximo, não em auto-afir­mação ou vanglória. E sendo ele o Espírito de domínio próprio, este uso deve ser com visível reverência e reserva.

Até aqui estudamos o que os primeiros sete versículos da carta nos transmitem a respeito desses dois homens, Paulo e Timóteo, e de suas qualidades essenciais. Paulo sustenta ser apóstolo de Jesus Cristo "pela vontade de Deus", como dissera antes ser o que ele era "pela graça de Deus" (1 Co 15: 10). E uma série de fato­res levou Timóteo a ser o que era: foi criado no temor de Deus, a amizade e o treinamento de Paulo, o dom de Deus, e a sua autodisciplina em desenvolvê-lo.

Em princípio, acontece o mesmo com todo o povo de Deus. Talvez a coisa mais impressionante seja a combinação, tanto em Paulo como em Timóteo, da soberania divina com a responsabili­dade humana. São duas realidades, de revelação e de experiência, que consideramos difícil subsistirem ao mesmo tempo, e impos­sível serem sistematizadas numa acurada doutrina.

Paulo podia escrever sobre a vontade de Deus e assegurar que a graça divina fizera dele o que ele era. Mas Paulo imediatamente acrescentou: "e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo" (1 Co 15: 10). Ou seja, ele acres­centou o seu esforço à graça de Deus; contudo, na verdade, foi a graça de Deus que inspirou o seu esforço.

Com Timóteo acontecia o mesmo. Sua mãe e sua avó puderam ensinar-lhe as Escrituras e levá-lo à conversão. Foi Paulo que o le­vou a Cristo, tornou-se seu amigo, orou por ele, escreveu-lhe, trei­nou-o e exortou-o. Timóteo recebeu de Deus um dom especial, em sua ordenação. Mas o próprio Timóteo teve que desenvolver sozinho o dom divino, sem Paulo. Ele teve de acrescentar a sua própria autodisciplina aos dons de Deus.

Conosco não se dá de forma diferente. O muito ou o pouco que tenhamos recebido de Deus, seja diretamente numa doação natural e espiritual, seja indiretamente através de pais, amigos ou professores, de qualquer modo devemos aplicar-nos numa ativa autodisciplina para cooperar com a graça de Deus e para conservar bem aceso o fogo interior. De outra forma, jamais seremos os homens e as mulheres que Deus quer que sejamos; jamais cumpri­remos o ministério que ele nos deu para exercermos.

Paulo deixa, agora, os vários fatores que contribuíram para a formação de Timóteo e volta-se para a autenticidade do evange­lho e para a responsabilidade de Timóteo em relação ao mesmo. Antes de definir o evangelho, ele roga o Timóteo que não se en­vergonhe do mesmo (v.8). O ministério de Timóteo deveria ser caracterizado pelo sofrimento e não pela vergonha. Ele poderia ser jovem, débil, tímido e fraco;   também poderia recuar diante das tarefas para as quais estava sendo chamado. Mas Deus o mol­dou e o dotou para seu ministério, de modo que Timóteo não deveria envergonhar-se desse ministério, nem temer exercê-lo.

Isto significa, antes de tudo, que Timóteo não deveria enver­gonhar-se de Cristo, "do testemunho de nosso Senhor". Cada cristão é uma testemunha de Cristo, e o testemunho cristão é es­sencialmente um testemunho tanto para Cristo, como de Cristo (cf. Jo 15: 26-27; At 1: 8). Assim, cada cristão deve estar pron­to e desejoso, se necessário, a fazer-se "um louco, por causa de Cristo" (1 Co 4: 10); por ninguém mais se diz que alguém deva se dispor a passar por um louco!

Não tendo Timóteo que se envergonhar do Senhor, também não tinha que se envergonhar de Paulo. Porque é possível orgu­lhar-se de Cristo, mas envergonhar-se do seu povo e sentir-se per­turbado por se associar a ele. Parece que quando Paulo foi pre­so novamente e posto em cadeias, quase: todos os seus antigos auxiliares o abandonaram (v.15). Agora ele implora a Timóteo não lhes seguir o exemplo. Aos olhos dos homens, ele talvez seja prisioneiro do imperador; na realidade, porém, é prisioneiro do Senhor, um prisioneiro voluntário, mantido pelos homens em prisão somente com a permissão de Cristo e pela causa de Cris­to.[6]
Timóteo não deve, portanto, envergonhar-se do evangelho, mas tomar parte no sofrimento por ele. Sendo fraco em si mesmo, poderia ser fortalecido pelo poder de Deus, para assim suportar os sofrimentos. E isso era necessário, pois o evangelho de Cristo crucificado, loucura para alguns e pedra de tropeço para outros (1 Co 1: 23), sempre despertou oposição. E opondo-se à mensa­gem, as pessoas se colocam obviamente contra os mensageiros que, deste modo, "sofrem com o evangelho do sofrimento".[7]

Estes continuam ainda sendo os três modos mais importantes pelos quais os cristãos, como Timóteo, são tentados a envergonhar-se: ora do nome de Cristo, do qual somos chamados a dar testemunho; ora do povo de Cristo, ao qual também pertence­mos, se é que pertencemos a Ele; ora do evangelho de Cristo, cuja propagação nos foi confiada.

A tentação é forte e insidiosa. Se Timóteo não a sentisse, Paulo não o exortaria nestes termos. Se o próprio Paulo nunca tivesse se sentido exposto a ela, não teria tido que se expressar, alguns anos antes, com tanta veemência: "Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1: 16). Com efeito, se esta não fosse uma tentação corriqueira, o Senhor Jesus não teria necessidade de advertir sole­nemente: "Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim. e das minhas palavras, também o Fi­lho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (Mc 8: 38). Todos nós somos muito mais sensíveis à opinião pública do que pensamos, e tendemos a dobrar-nos facilmente às pressões dela, tal como palmeiras agita­das pelo vento.

Paulo agora fala mais detalhadamente sobre o evangelho do qual Timóteo não deve se envergonhar, e pelo qual deve se dis­por também a sofrer. Ele começa citando as características mais importantes (vs. 9, 10) e depois resume a nossa responsabilidade em relação ao evangelho (vs. 11, 18). Este é então o duplo tema do restante do capítulo: o evangelho de Deus e o nosso dever para com ele.



[1] Calvino, p. 292. Cf. p. 242 de um comentário similar sobre 1 Tm 4: 6.
[2] Moule, pp. 40 e 45.
[3] Alford, p. 342, um comentário sobre 1 Tm 4:14.
[4] Plummer, p. 314.
[5] Bairett, p. 94
[6] Na sua prisão domiciliar anterior, em Roma, Paulo cognominara-se um (ou o) prisioneiro de Cristo Jesus em Ef 3: 1 e Fm 1: 9. Aqui ele é "o seu encarcerado," enquanto que em Ef 4: 1 a expressão usada foi "o prisioneiro no Senhor" (en kuriö), dando a entender, talvez, que fora preso por causa de sua união com Cristo.
[7] Moule,pp. 45, 72.


continua no próximo

SÉRIE “ANTES DE TUDO PREGA O EVANGELHO”

SÉRIE  “ANTES DE TUDO PREGA O EVANGELHO”


 

Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias.  Daniel 12:13

Nos nossos últimos dias temos visto o cumprimento das escrituras, vivemos dias de sobrevivencia da fé, ante o progresso crescente da iniqüidade, o amor de muitos anda esfriando.

Temos que permanecer até o fim como profetizou Daniel e só há uma maneira de isto acontecer de fato, só pela pregação louca do evangelho é que a fé ira prevalecer.

Com base na primeira carta de Paulo a Timóteo vamos ver que o evangelho é a boa nova da salvação, prometida desde a eternidade, concretizada na História por Cristo, e oferecida à fé.

A nossa primeira responsabilidade reside na comunicação do evangelho, fazendo uso de velhos métodos ou “procurando novos” caminhos  desde que sejam verdadeiramente bíblicos para torná-lo conhecido por todo o mundo.

Isto implica em sofrermos consequencias, que se assim procedermos, certamente sofreremos por ele, já que o autêntico evangelho nunca foi popular. O evangelho humilha muito o pecador, ou por assim dizer coloca o homem no seu verdadeiro lugar.

E ao sermos chamados a sofrer pelo evangelho, somos tentados a adaptá-lo, a eliminar aqueles elementos que ofendem e provocam oposição, a silenciar as notas que ferem os sensíveis ouvidos modernos.

Mas devemos resistir a esta tentação. Pois, antes de tudo, fomos chamados a guardar o evangelho, conservando-o puro, a qualquer preço, preservando-o de toda corrupção.

·        GUARDÁ-LO FIELMENTE.

·        DIFUNDI-LO ATIVAMENTE.

·        SOFRER CORAJOSAMENTE POR ELE.

Esta é a nossa tríplice responsabilidade perante o evangelho de Deus, de acordo com este primeiro capítulo.


Primeira Exortação: Guarda o Evangelho!


CAPÍTULO 1

Antes de abordar o tema principal deste capítulo, que é a exorta­ção a Timóteo para não se envergonhar do evangelho e, sim, guar­dá-lo com toda a segurança (vs. 8-14), o apóstolo começa esta sua carta com a costumeira saudação pessoal (vs. 1, 2). Segue-se uma oração de agradecimento (vs. 3, 5) e uma admoestação (vs. 6, 8). No parágrafo inicial deparamo-nos, de um modo muito vivido, com Paulo e Timóteo, o autor da carta e o destinatário, respectivamen­te. Inteiramo-nos, particularmente, de como cada um deles che­gou a ser o que era. Estes versículos enfocam a providência divi­na, mostrando como Deus molda os homens, tornando-os confor­me ele quer que sejam.

1. Paulo, apóstolo de Cristo Jesus (v. 1)

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de confor­midade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus.

Intitulando-se "apóstolo de Cristo Jesus", Paulo faz uma conside­rável reivindicação para si mesmo. Ele se coloca entre os doze que Jesus escolheu pessoalmente, separando-os do vasto círculo de seus discípulos. A estes Jesus deu o título especial de "após­tolos" (Lc 6: 13), indicando com isso que pretendia enviá-los com a missão de representá-lo e ensinar em seu nome. A fim de prepa­rá-lo para esta tarefa, providenciou que ficassem "com ele" (Mc 3: 14).   Assim, tendo a oportunidade sem par de ouvir as suas palavras e ver os seus feitos, estariam, então, aptos para testemunhar dele e de tudo o que vissem e ouvissem dele (Jo 15: 27). Jesus também lhes prometeu que o Espírito Santo lhes daria uma inspi­ração de forma extraordinária, lembrando-os acerca do que ele lhes havia dito e guiando-os em toda a verdade que não pudera ensi­nar-lhes (Jo 14:25-26; 16:12-13).

A este grupo selecionado Paulo reivindica ter sido então acres­centado. Ele vira o Senhor ressurreto, no caminho de Damasco, o que lhe deu a qualificação para ser apóstolo: ser testemunha da ressurreição (Atos 1: 21 -26; 1 Co 9:1; 15:8-9). De fato, sua expe­riência no caminho de Damasco foi mais do que a sua conversão; foi também o seu comissionamento ao apostolado. Cristo lhe dis­se: "Por isto te apareci para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrir os olhos. . ." (Atos 26: 16-18). As pa­lavras do Senhor

"eu te envio" foram "egö apostellö se", ou seja, "eu te torno apóstolo", isto é, "eu te ponho por apóstolo dos gentios" (cf.Rm 11:13; Gl 1:15,16; 2:9).

Paulo jamais poderia esquecer este comissionamento. Ele de­fendeu sua missão e mensagem apostólica contra todos os detra­tores, insistindo que o seu apostolado vinha de Cristo e não de homens (p.ex.:Gl 1: 1, 11, 12). Mesmo agora, ao escrever esta carta, humilhado pelos homens, e esperando pela manifestação do imperador, este prisioneiro comum é um privilegiado apósto­lo de Cristo Jesus, o Rei dos reis.

O apóstolo prossegue, descrevendo dois aspectos do seu apos­tolado, e lembra a Timóteo a origem e o objeto do mesmo. A ori­gem do seu apostolado foi "a vontade de Deus". Termos idênti­cos (dia thelëmatos theou) são empregados no início das duas cartas aos Coríntios e das duas cartas, escritas na prisão, aos Efésios e aos Colossenses. Realmente, em nove das suas treze cartas, in­clusive na primeira (aos Gaiatas) e na última (esta, 2 Timóteo), Paulo se refere à "vontade", ou ao "chamado" ou ao "coman­do" de Deus, pelo qual se fez apóstolo. Paulo sustentou, desde o começo até o final da sua carreira apostólica, a convicção de que a sua indicação como apóstolo não procedia nem da igreja, nem de qualquer homem ou grupo de homens. Nem tampouco se havia indicado a si mesmo.   Pelo contrário, o seu apostolado originara-se no desejo divino e no chamado histórico do Deus todo-poderoso, através de Jesus Cristo.

O alvo do seu apostolado diz respeito à "promessa da vida que está em Cristo Jesus". Isso eqüivale a dizer que ele foi comissio­nado como apóstolo, primeiramente para formular, e depois para comunicar, o evangelho. E o evangelho é a boa nova para os pe­cadores agonizantes, é a notícia de que Deus lhes promete vida em Jesus Cristo. É muito interessante que, quando a morte lhe parece mais evidente, o apóstolo define aqui o evangelho como sendo uma "promessa de vida". E é realmente isso. O evange­lho oferece vida aos homens, vida verdadeira, vida eterna, tanto aqui como depois. Ele declara que a vida está em Cristo Jesus, o qual não somente afirmou ser ele mesmo a vida (João 14: 6) mas, como Paulo logo adiante revela, "destruiu a morte e trou­xe a luz da vida e a imortalidade mediante o evangelho" (v. 10).

O evangelho vai além de somente oferecer vida; ele promete vida a todos os que estão em Cristo. Ele afirma dogmaticamente: "quem tem o Filho, tem a vida" (1 Jo 5:12). De fato, poder-se-ia dizer que a Bíblia inteira pode ser descrita como sendo uma pro­messa divina de vida, e isto a partir da primeira menção da "árvo­re da vida", em Gênesis 3, até o último capítulo do Apocalipse, no qual o povo remido de Deus, de graça, come da árvore da vida e bebe da água viva. A vida eterna é um presente que Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos; agora o tem revelado mediante a pregação do evangelho (cf. vs. 9, 10; Tt 1: 2-3; Rm 1:1-2).

É assim, então, que Paulo se apresenta. Ele é um apóstolo de Cristo Jesus. O seu apostolado originou-se na vontade de Deus e consolidou-se na proclamação do evangelho de Deus, isto é, na "promessa da vida que está em Cristo Jesus".

Segue no próximo...



domingo, 1 de abril de 2012

PAPO DA SEGUNDA - A fé no marketing

PAPO DA SEGUNDA  -  A fé no marketing


"O mercado é sórdido!", assim dizia meu professor de Sociedade e Economia na faculdade. Ele fazia referência à falta de escrúpulos nas guerras e disputas de poder econômico, defesa e conquista de mercados desde os tempos mais remotos da humanidade.

Aliás, dizia ele, que não há limites para mentiras, golpes, guerras, injustiças, ameaças e todo tipo de baixarias quando o interesse econômico está em jogo.

Não pense que o mercado é motivado por causas nobres! Ele enxerga como produto e bens de consumo qualquer ação, serviço ou mercadoria que possa gerar algum tipo de lucro, ainda que esta mercadoria sejam as coisas que, em tese, não deveríamos tratar por mercadoria como, por exemplo, a fome na Etiópia ou o analfabetismo no sertão brasileiro, mas há quem se beneficie muito com a exploração destes "produtos" e, portanto, os mantenha como estão, apesar do embrulho no estômago que saber destas coisas gera nas pessoas de bem.

A grosso modo, o marketing é a ferramenta que estuda e analisa o mercado para que um determinado produto seja melhor aceito e, consequentemente, venda mais e/ou gere mais retorno de investimento e lucro. Ele observa os concorrentes, a maneira das pessoas se comportarem, consumirem e, então, define as estratégias de abordagem e sedução para aquele público alvo específico.

Tenho visto, com muita tristeza, a fé ser tratada como um novo bem de consumo. O marketing da fé é explorado à exaustão, definindo metas, estratégias, mercados, linguagem, produtos e públicos.  Tudo vira "produto": a pregação de um determinado pastor, o CD do cantor ou ministério de louvor, as campanhas de milagres, as rosas ungidas, os lenços, as sessões de descarrego e a "mídia", que até então era o culto, agora ocupa lugar nas grandes emissoras de TV do Brasil porque este mercado da fé está crescendo. O problema é que aqueles que apenas consomem fé, como um benefício, um produto de valor agregado, vão se distanciando da verdadeira Fé, livre, libertadora e vivificante do Evangelho. Ela é aos poucos apagada, substituída por uma fé presa ao templo/loja e ao modismo cegante da época.

Na disputa deste "mercado gospel", na defesa da fatia deste "bolo(r) da fé", por interesses econômicos, assistimos as mais horripilantes safadezas e inacreditáveis mentiras, ao ponto até de "bispos" e "pastores" simularem exorcismos com o testemunho de "demônios" para desacreditar a igreja concorrente. "Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mateus 15.7-9).

Esta, infelizmente, é a realidade na grande maioria das "igrejas" espalhadas por aí. E aqueles que nela estão viraram "fiéis" (cegos), não de Deus, mas dos líderes destas empresas.

É claro que nem tudo está perdido. Ainda existe gente séria, discípulos de Jesus. A Igreja (com "i" maiúsculo) é invisível e somente de Deus, não pode ser negociada. O Reino de Deus não cabe atrás da plaquinha, nem dentro do templo de nenhuma religião do mundo! Ele está presente onde há corações sinceros e humildes, e para o desespero dos empreendedores da fé, está muito além dos nomes das igrejas e comunidades.

Não vejo problema algum em se adequar a linguagem ou a forma de se comunicar o Evangelho para que mais pessoas o entendam. Crianças e adultos, por exemplo, exigem abordagens diferentes não só do Evangelho, mas de tudo na vida; têm compreensões distintas sobre os mesmos assuntos, então, neste aspecto, o jeito de se entregar o conteúdo deve ser diferenciado para cada um. Simples assim. Mas quando ao método ou à estratégia são dados mais importância que à essência, então o que se pensa ser o caminho em direção às Boas Novas de Jesus acaba se transformando numa perigosa armadilha. As pessoas vão se prendendo à forma, à linguagem, endeusando templos, lugares, líderes, denominações/marcas e nomes.

Em busca de mais adeptos às suas igrejas ou de fidelizar seus clientes, alguns líderes religiosos acabam vendendo a imagem de que a verdadeira fé está naquele lugar, as outras igrejas são vistas como concorrentes e desmerecidas. Música, estilo, "bênçãos", "milagres" e "cobertura espiritual" são tratados como diferenciais e utilizados como técnica para atrair mais gente.

Perceba como estamos tão vendidos às técnicas do marketing da fé que nem diferenciamos mais as palavras "culto" de "produto". Quando dizemos que temos "culto para jovens" ou "culto para senhoras" estamos dizendo, na verdade, que temos "produtos para atrair jovens" e "produtos para atrair senhoras ", porque o culto é somente para Deus, não para o homem. Nós nos esquecemos que não é o tipo de culto que deve atrair as pessoas, mas sim a compreensão do perdão que recebemos de Deus. A Graça, ou seja, o Dom gratuito de Deus é o que nos motiva a louvá-lo.

O perigo de se fazer do "evangelismo estratégico" ou do "show/apresentação do culto" o alvo a ser buscado em si mesmo para atrair as pessoas é que o mercado, como de costume, exige  cada vez mais. Logo, o próximo lugar que proporcionar a "melhor bênção/oferta", "mais emoção" ou a "melhor apresentação do culto/produto" abocanhará a sua fatia de mercado conquistado.

Quero deixar bem claro que não sou contra a utilização de música, teatro, testemunhos, acrobacias, danças, pirotecnia e qualquer outra expressão de arte para se anunciar o evangelho ou como vontade de glorificar a Deus com tais atitudes. Mas não acredito na utilização destas coisas como "estratégia" ou "técnica" para alcançar outras pessoas "para Jesus". Tudo o que é estratégia deixa de ser verdadeiro quando se trata do Evangelho. O Evangelho nasce de dentro pra fora, naturalmente. É produzido pela Verdade que faz morada em nossos corações e alcança o outro ser humano. Não por ser simplesmente emocional ou atrativo, mas por produzir Vida e luz/compreensão para o nosso caminho em Deus.

A mensagem de Jesus nunca foi "venham ficar admirados com as coisas que sei fazer!", mas "arrependam-se e creiam no Evangelho!". E ainda: "Tomem sobre vocês a sua própria cruz e me sigam, fazendo as mesmas coisas que eu fiz, ensinando e imitando a maneira como andei entre vocês!".

O Deus que não faz propaganda vazia de si mesmo te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Fonte ovelhamagra.blogspot.com.br
















terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ALERTA

ALERTA


“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.” (2Tessalonicenses 2.3)

Recentemente os jornais de todo o mundo publicaram uma declaração do Vaticano, vinda do cardeal Peter Turkson, que propôs a criação de um único governo e sistema monetário mundial. O documento de Roma explica que a única solução para a crise financeira e politica mundial seria a criação de tal sistema, pois só assim o mundo escaparia do colapso econômico que está para ocorrer.

Essa surpreendente declaração – vinda do maior poder religioso do mundo – traz a nós um alerta: estaríamos exatamente no tempo do fim? Tais declarações nos fazem lembrar exatamente das profecias bíblicas a respeito da segunda vinda de Jesus, quando ocorrerá o arrebatamento, a grande tribulação, o Armagedom, o milênio, o trono do julgamento e os novos céus e nova terra.

A Bíblia diz que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um governo mundial, regido por uma só moeda e um só governante. Tanto o livro de Daniel quanto o livro de Apocalipse falam a respeito dessa forma de governo, que culminam com o aparecimento da figura do anticristo: que será o governante dessa nova ordem global. Não é assustador notar que o Vaticano, assim como as demais entidades políticas e religiosas estão chegando à conclusão de que a solução para os problemas mundiais –  que sucessivamente estão aumentando – só poderão ser resolvidos com a ascensão de tal governo?

Isso deve levar todos nós a crer que estamos no tempo do fim. O próprio Jesus disse: “Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas” (Mt 24.23).


Vejam só: eu entendo que durante várias décadas e anos muitos falaram a respeito do fim e eu não quero ter nenhuma pretensão de dizer datas ou dias a respeito do arrebatamento ou da volta de Jesus. Sinais sempre ocorreram ao longo das eras, mas a medida que o fim se aproxima esses sinais vem se intensificando mais e mais. Hoje, somos a única geração de todas as anteriores que tem condições tecnológicas, científicas e sociais para cumprir tal profecia.

Creio então que está tudo caminhando exatamente para o tempo do fim. Não podemos achar insignificante tal informação vinda de um órgão tão importante como o Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano e ignorá-la. Não deveríamos ver isso como um sinal? Não deveríamos nos alertar? Não deveríamos temer e tremer diante daquilo que ouvimos durante décadas e anos e agora os nossos próprios olhos estão contemplando?

Outra coisa que antecederia ou ocorreria quase simultaneamente junto com a manifestação do anticristo é o que o texto de 2Tessalonicenses fala: viria a apostasia, o abandono da fé verdadeira, o abandono das verdades bíblicas, o esfriamento, o desvio total da sã doutrina de Cristo.

Estaria essa profecia se cumprindo nos dias de hoje? Será que estamos cegos ao que está ocorrendo no meio cristão? Entre os evangélicos? Veja o que se tornou a cristandade atual: está ocorrendo uma total descaracterização do cristianismo bíblico e verdadeiro.

A igreja está andando junto com o parlamento, está havendo uma secularização dos ministérios, principalmente o de louvor. Todos os tipos e formas de pecados têm sido tolerados em inúmeras denominações – inclusive na liderança: paganismo romano fazendo parte da ordem do culto, ciências sociais, a cultura secular, com seu humanismo e psicologia estão ditando e sendo base de quase todo o alicerce cristão!

Tal apostasia na Igreja está em operação desde muitos anos atrás, sutilmente adentrando no Cristianismo sem que muitos percebessem. Vejam meus queridos irmãos: não é o fogo santo que está queimando no altar, isso é fogo estranho, essa forma de adoração, a liturgia dos cultos, a maneira como o cristão de hoje se veste e fala, os lugares que frequenta, a maneira que ele usa o dinheiro, os seus relacionamentos amorosos, seus círculos de amizade, está totalmente contaminado pela contextualização doutrinária e pelo mundanismo!




Como se não bastasse essa verdadeira prostituição espiritual no meio cristão, a era do anticristo seria marcada pelo ecumenismo e a igreja evangélica tem entrado nisso, tem dividido os púlpitos, os palcos, o Congresso Nacional e os meios de comunicação com idólatras, hereges e ateus. Tudo defendendo o interesse político e o partidarismo religioso, quer sinal maior que esse da apostasia? Deixemos de ser cegos, indiferentes, insensíveis e conformados com a atual realidade da Igreja. É hora de despertar do sono (Rm 13.11) e ver que o juízo de Deus é iminente sobre essa terra e sobre os falsos cristãos.

O que devemos fazer em meio a tudo isso, diante de tais informações e profecias bíblicas sendo cumpridas descaradamente? O Senhor Jesus nos dá a direção, pois Ele disse: “Vigiai porque não sabeis que hora virá o vosso Senhor” (Mt 24.42). Ele nos exorta a estar alerta. São dias de cuidarmos e darmos prioridade as coisas de Deus, coisas santas, espirituais, celestes, como está escrito em Colossenses 3.12-16.

Sempre foi e continuando sendo o tempo de buscar em primeiro lugar o reino de Deus, chegou a hora de deixar as vaidades de lado, os caprichos humanos e mundanos, sonhos infantis e abstratos que não dão nenhuma glória a Deus e não acrescentam nada ao reino, está na hora de se converter de verdade, amadurecer na fé, sermos crentes espirituais… temos que voltar para a rocha que é Cristo Jesus! Que as nossas vidas espirituais – nosso Cristianismo – seja baseado e fundamentado apenas na solidez das Escrituras, na sua autenticidade, veracidade e suficiência.

O que Oséias 4.6 está anunciando? “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento”! Todo esse cenário de destruição e de declínio espiritual está ocorrendo devido à ignorância e desprezo por parte da Igreja das verdades da Escritura!

Essa é uma mensagem de alerta. Deus ainda está tendo misericórdia de muitos que estão brincando com a fé, que estão abusando da graça e da misericórdia, que estão profanando o santuário de Deus, que é seu corpo – vivendo em deleites, orgias e mentiras. Ele continua poupando aqueles que ainda estão fechando negócios sujos em nome da fé, forjando planos sórdidos para construir seus impérios pessoais em nome de Cristo, pois Ele é benigno, compassivo e misericordioso!


Veja o exemplo de Noé: tudo isso estava acontecendo nos tempos de Noé, toda essa depravação. Deus então os avisa, lhes dá um tempo para mudarem – cento e vinte anos, eu disse cento e vinte anos de misericórdia – dizendo que caso contrário o juízo viria. Mas, infelizmente, o juízo foi inevitável para a geração de Noé. Estamos vivendo esses cento e vinte anos. Apesar de todo esse estado espiritual degradado da terra Deus ainda tem esperado pelo arrependimento dos homens, tem sido longânimo, compassivo e tem demonstrado sua abundante graça!

Por favor – eu te suplico – não despreze isso! Converta-se, arrependa-se, abra mão de tudo e de todos que te desviam da fé e que te fazem pecar. Ele disse: “Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Is 1.18)  e acrescenta: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).

Esse é o meu Deus, esse é o seu Deus, o nosso Deus, um Deus de misericórdia e de amor. Apresse-se. O fim está próximo, os sinais estão aí em todos os lugares, arrependa-se pelo seu pecado, converta-se, e que pelo Espírito Santo você venha de fato nascer de novo, para que você seja salvo e no dia do arrebatamento você suba com Ele.

Agora, se isso não acontecer, você conhecerá a ira de Deus e os seus juízos sendo despejados na terra e o inevitável ocorrerá: você será condenado. Amém.

Paulo Junior.




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"Deus" mandou matar!



A Idade Média, chamada também de Idade das Trevas pelos historiadores, foi profundamente manchada de sangue com a Santa Inquisição, realizada em nome do "Deus" dos "Cristãos". Milhões foram torturados, queimados vivos e mortos por aqueles que julgavam prestar serviço a Deus com tais práticas.


Embora a Bíblia contenha a Palavra de Deus revelada ao homem, ela pode se tornar a antítese dela mesma se o texto for lido sem o filtro da Graça e da Lei do Amor. O Evangelho não é a letra impressa, a língua ou tradução usada, mas sim a mensagem transmitida muitas vezes sem papel e sem tinta. O Verbo se fez carne e habitou entre nós!


As boas novas produzem verdade, autoconhecimento, libertação e vida. Do contrário, ainda que se use as Escrituras Sagradas para justificar a maldade, e muitos a usam para tal, de fato, não poderá ser chamada de Evangelho, de Palavra de Deus. Mesmo que o nome de Jesus seja utilizado e em nome dele se pregue a palavra distorcida, com acréscimos ou com engano, tal palavra jamais será a Palavra. Este falso Jesus jamais será o verdadeiro Deus e a vida Eterna. O verdadeiro Jesus se faz presente quando o Reino de Paz, Justiça e Alegria no Espírito de Deus é pregado com e na verdade por grandes e pequenos.


Uma vez alguém me escreveu dizendo que eu deveria colocar as referências e versículos bíblicos que embasam as afirmações e os textos que escrevo. Descobri que existe gente viciada no texto bíblico tal qual ele está escrito/traduzido. Não conseguem identificar uma vírgula fora dele, qualquer relâmpago ou faísca da Revelação que está muito além do texto em si.


De modo algum estou desqualificando o texto bíblico, muito pelo contrário, ele é o parâmetro, é ele quem deve orientar e balizar o que cremos e falamos. Qualquer "revelação" fora do texto, que o contradiga ou não se sustente no contexto de toda a revelação bíblica, ou ainda, que não passe pela perspectiva da Graça de Deus deve ser abandonada. No entanto, existem os "doutores da lei", aqueles que conhecem e sabem citar de memória qualquer parte das Escrituras, mas não sabem enxergar nelas a Vida, a Justificação pela Fé, a Paz e Alegria que a mensagem de Deus ao homem pode gerar. Estes acreditam que Deus é o texto.


Quem acha que a Palavra foi totalmente sequestrada e amarrada pelo texto, jamais descobrirá a profundidade do que significa "Os céus proclamam a glória de Deus, o firmamento anuncia as obras de suas mãos. (...) Não há discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas por toda a Terra se faz ouvir a sua voz ".


Os viciados no Texto quase sempre se viciam também nas instituições, como se, fora delas, não houvesse possibilidade de Deus exercer misericórdia. Alguns chegam a confundir a instituição com o próprio Deus. Enchem os templos em busca de um Deus que, ironicamente, não habita em templos e catedrais feitos por mãos humanas. Enganam-se os que pensam que Deus é institucionalizável, contido por nomes, leis da física e tradições. Não creio em um Deus impessoal, em uma "força", mas eu creio no Deus que está muito além da nossa compreensão, maior até do que qualquer manifestação religiosa. Que, apesar de toda a sua incompreensível e inalcançável glória, se encarnou na história humana, se autorrevelou como Deus conosco, como o Deus que ama e vemos em Jesus. Não o Jesus do cristianismo, da instituição, mas o Jesus que tem o nome sobre todo nome, o Jesus anunciado pelos mudos e até por aqueles que não sabem o nome histórico/humano de Deus, mas sabem da vida que o indizível faz brotar em todos os que creem.


Aprenda a ler a vida (e a Palavra) com os olhos da Graça! Você descobrirá que o Eterno pode falar maravilhosa e profundamente através das coisas mais simples e naturais, até mesmo através de onde menos esperamos. O Evangelho, a Boa Notícia do amor de Deus pelo homem, está escrito não somente nas tábuas de pedra ou nas folhas de papel, mas também na arte, na música, no passeio em família, com amigos ou andando descalço na areia. O que Deus tem a dizer para você pode ser dito não somente pelos sacerdotes, igrejas ou profetas, mas através do sorriso das crianças e da dança alegre de viver a vida com a confiança inabalável e descansada no Nome e na Palavra.




O Deus da vida, que fala sem som e fora das religiões, te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
Fonte http://ovelhamagra.blogspot.com/