Como economizar nas compras - Augusto Campos
Como economizar nas compras
Augusto Campos
Supermercados, shoppings e lojas de departamentos são projetados e construídos por especialistas em um conjunto de artes e ciências voltados a estimular o consumo.Ao compreender alguns dos truques destes profissionais, você poderá fazer suas compras com maior eficiência, passando a consumir por seu próprio impulso, e não por manipulações externas. A lista abaixo foi compilada com o objetivo de dar condições ao consumidor para traçar suas estratégias de equilíbrio do orçamento doméstico, sabendo quais são as armadilhas deixadas em seu caminho por quem prefere que ele gaste tudo de uma vez.Futuramente pretendo publicar um segundo artigo, complementar a este, apresentando algumas técnicas para lutar contra as artimanhas planejadas ao longo do último século para nos levar a consumir mais do que planejamos ao entrar na loja. Ao terminar de ler a lista de hoje, você saberá que deve pensar duas vezes antes de optar por usar um carrinho de compras, que em determinados momentos o supermercado fará de tudo para que você olhe ao seu redor, e que em outros ele conta com a sua tendência de não olhar em volta do produto no qual fixou sua atenção. 8 armadilhas comuns em supermercados e shoppings
1. O cliente não pode andar rápido! E jamais chegar rapidamente ao seu destino. Usualmente, você só coloca itens no seu carrinho se fizer uma breve parada, ou reduzir a velocidade. Por esta razão, a loja faz o possível para que você pare várias vezes ao longo do seu caminho, e tenha tempo de olhar as ofertas à sua volta.
O supermercado já é desenhado tendo em vista este objetivo (bastam 2 clientes para criar um congestionamento em qualquer curva, e fazer todo mundo parar ou andar beeeeem devagar), e ainda há dezenas de truques catalogados, como os corredores de ovos de páscoa, atrações com forte apelo para crianças (um forte estímulo para famílias pararem), atrações para adultos, escadas rolantes internas, distribuição de amostras, cafezinho, etc.
Seria fácil acabar com os congestionamentos nas escadas rolantes dos shoppings, mas a quem isso interessaria?
2. Os itens que você compra com mais freqüência estão longe: geralmente no fundo ou na lateral da loja. Já os itens com maiores margens de lucro, que você compra por impulso ou em ocasiões especiais estão logo na entrada, e você tem que passar por vários deles até chegar à padaria, aos refrigerentes ou às frutas e verduras. E depois tem que passar por eles novamente na volta. Dupla chance para o impulso de compra acontecer!
3. Os itens mais procurados estão sempre no meio do corredor: E a razão é simples: para chegar até eles, você terá que passar por um caminho maior, vendo todos os demais itens daquela seção. E a loja estará fazendo o possível para que o impulso de compra se manifeste neste caminho.
4. Os preços e quantidades são escolhidos para dificultar as comparações: ou pelo menos sem a preocupação de facilitar a comparação. Muitas vezes a comparação intuitiva (sem de fato fazer a conta completa em sua mente) leva o consumidor a não perceber qual seria de fato a opção mais vantajosa para ele.
5. Os itens mais comprados por impulso estão na fila do caixa: Todo consumidor passa longos minutos de tédio na fila para pagar, e a loja tenta garantir que ele tenha um bom suprimento de produtos pequenos e com alta margem de lucro ao seu redor: DVDs, revistas, chocolates selecionados (e sempre em embalagem individual), e até mesmo refrigerantes gelados, com forte apelo de consumo para quem passou uma hora arrastando um carrinho por uma área do tamanho de um estádio de futebol.
6. Os produtos mais caros estão na altura dos seus olhos: Procure a prateleira das pastas de dente, ou a do sabão em pó, e compare. A marca ou tamanho com maior margem de retorno para o supermercado estarão na altura dos seus olhos. As opções econômicas tendem a estar no nível do chão, e estariam no subsolo se o lojista conseguisse dar um jeito.
7. A ilusão do produto “classe A”: produtos com maior margem de lucro muitas vezes têm como seu diferencial apenas uma idéia ou conceito, no qual você é levado a acreditar apenas porque ele vem em uma embalagem diferente, ou porque é colocado em uma “área nobre”, ou - principalmente - devido aos comerciais dele na TV. Isso não significa que não existem produtos nobres, mas sempre pare para pensar se o diferencial é real ou apenas uma ilusão.
8. O tamanho do carrinho: Lojas de departamentos e supermercados procuram oferecer carrinhos de compras espaçosos, para facilitar o surgimento da sensação de que ainda há muito espaço disponível, portanto você ainda pode pegar bem mais itens.
Compare os carrinhos disponíveis em hipermercados que investem pesadamente em marketing, e o do mercadinho da sua rua: é bastante provável que o do hipermercado (onde há verba disponível) seja sempre novo, de 2 andares (o dobro da área que você percebe como vazia), mais largo que o usual. Quem tem verba de marketing e pesquisa a psicologia do consumidor sabe que vale a pena investir nesta sensação.
Por Augusto Campos
Nenhum comentário:
Postar um comentário