quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

LIVRO SINAIS DE UMA IGREJA VIVA – JOHN STOTT – SÉRIE IGREJA VIVA 3

LIVRO SINAIS DE UMA IGREJA VIVA – JOHN STOTT



A IGREJA PRIMITIVA (3)


Por John Stott


Adoração prazerosa e reverencia


Os primeiros cristãos não eram só fieis em conservar os ensinamentos dos apóstolos na comunhão uns com os outros. Também se reuniam uns com os outros. Também se reuniam e participavam juntos “no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42).


“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa,


comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (Atos 2:46)


O partir o pão se refere, sem dúvida, a Ceia do Senhor. Provavelmente, além dos símbolos do corpo e do sangue de Cristo na igreja primitiva havia também uma ceia compartilhada, um ágape. As orações que se mencionam aqui não são as orações privadas mas sim as reuniões de oração.


Existem dois aspectos da vida de adoração da igreja primitiva que são desejáveis em uma igreja renovada. Aqueles cristãos mostravam equilíbrio nos dois sentidos.


Por um lado a adoração era formal e informal. Isso deduzimos do versículo 46, onde nos é dito que adoravam nas casas e no templo. É interessante que os primeiros cristãos continuaram adorando no templo. Não abandonaram de imediato a igreja institucional; queriam reforma-la de acordo com o evangelho. Seguramente não participavam dos sacrifícios do templo, porque entendiam que os sacrifícios já haviam sido cumpridos definitivamente com a morte e ressurreição de Cristo. No entanto, continuaram participando das reuniões de oração no templo. Estas reuniões tinham certa formalidade, mas os cristãos as suplementavam com reuniões mais informais e espontâneas nos lares.


Creio que aqui há uma lição importante para a igreja contemporânea. Algumas igrejas são demasiadas conservadoras. Resistem a mudanças, parecem feitas de cimento; seu lema parece ser a expressão litúrgica, ‘para sempre, pelos séculos dos séculos, amém…’ Nesse tipo de congregação os adultos precisam escutar os jovens, e estes deveriam estar representados na direção da igreja. Não é necessário que estejamos sempre de acordo com eles, porém devemos escutar-los com respeito. Os jovens, por sua vez, entenderam que a maneira com que Deus transforma a igreja institucional é mais pela reforma paciente do que pela revolução violenta.


Não precisamos nos opor ao formal através do informal; cada um é apropriado no seu momento. Precisamos os serviços dignos e solenes no templo, mas também precisamos nos encontrar nos lares, onde podemos ser mais informais e espontâneos. A adoração se enriquece tanto com a dignidade como com a espontaneidade.


Um segundo aspecto do equilíbrio que guardava a adoração na igreja primitiva era sua atitude de gozo e ao mesmo tempo reverente. A palavra que traduz “alegria” no versículo 46 descreve gozo exuberante. Deus havia enviado seu Filho ao mundo, agora havia derramado Seu Espírito em seus corações… Como não iram estar alegres! O fruto do Espírito Santo é amor, e também é alegria.


Podemos imaginar naqueles crentes um gozo muito menos inibido do que as tradições costumam nos permitir. Algumas reuniões de adoração parecem mais funerais. Todos estão vestidos de preto, ninguém sorri, ninguém diz nada, tocam-se hinos com muita lentidão e toda atmosfera é lúgubre. Por que? Alegremos-nos no Senhor! Cada reunião deve ser uma celebração alegre.


Contudo, a adoração da igreja primitiva também se caracterizava pela reverência. Seus cultos não eram irreverentes. Se em algumas reuniões o ambiente é funerário, em outros é demasiado leviano. Não refletem a presença solene e soberana de Deus. Os primeiros cristãos não conheciam esse erro. Quando o Espírito Santo renova a igreja, a enche de alegria e também de reverência ante Deus.


John Stott é um conhecido e respeitado mestre da Bíblia. Além de ter pastoreado uma igreja anglicana e desempenhar-se como líder evangélico em seu país, Inglaterra, é autor de muitos livros traduzidos para várias línguas.


John Stott apóia de diversas formas instituições evangélicas de formação pastoral e teológica. Colabora ativamente com a Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos, em missões evangélicas nas universidades de todos os continentes.


Agradecemos ao irmão John Stott por seu serviço ao Reino de Deus, tanto ao dar as conferências como ao apoiar a sua publicação.


Uma igreja viva procura responder ao propósito com que Cristo a fundou e as necessidades peculiares da nossa época. Essa é a mensagem deste livro, e pode ser também a realidade de nossas igrejas.



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