sábado, 5 de novembro de 2011

COMUNHÃO, DESCANSO, REVELAÇÃO

COMUNHÃO, DESCANSO, REVELAÇÃO




Mateus, capítulo 26: 31-40

Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores. 

A palavra de DEUS nos mostra que Jesus enquanto estava na Terra constantemente priorizava a comunhão. Ele não gostava da solidão, nunca estava sozinho, todo momento o Senhor estava em comunhão com alguém, ou com o Pai ou com os Seus discípulos. É interessante que por vezes queremos ficar sozinhos, sem ninguém, nem irmãos, nem o Senhor, pensamos: “vou viajar sozinho, não quero ver ninguém”, vemos que isto é natural da pessoa e contrário a natureza de Cristo. Na passagem acima vemos Jesus chamando para mais perto seus discípulos.
Também observamos que o Senhor, devido à prévia ciência da intensa dor que viria a sofrer em sua crucificação, solicitou a três deles que fossem compartilhar junto a ELE o momento de angústia que estava sofrendo, porém os mesmos dormiram e Jesus questiona que nem uma hora houve tempo para vigiar/estar com Ele apesar de tudo que passaram juntos e todas as maravilhas que viram o Deus encarnado operar. 

Vemos claramente nesta passagem a incapacidade humana, apesar dos discípulos terem sido escolhidos por Deus, em si mesmos não conseguiam realizar nada. O exemplo deles não poderia ser mais claro, na hora que Jesus mais precisou eles dormiram. Coloque-se naquela situação, na hora que Jesus mais precisa você o abandona. Vemos aqui a suficiência do Cordeiro que sozinho completou todo o desígnio do Pai. Vemos também a impossibilidade de dar qualquer legalismo humano ao evangelho, pois o mesmo só reflete nosso fracasso em executar algo por força própria.

A condição não vem de nós, não é pelos nossos méritos, aqueles discípulos estavam dia e noite com Ele e falharam. A grandeza da revelação começa em entender que tudo depende dEle e da Sua obra redentora. O próprio Paulo, o grande apóstolo Paulo observa “miserável homem que eu sou...sou o pior dos pecadores...” Paulo entendeu sua incapacidade e que sem a dependência do Mestre o fracasso era certo. O Senhor sabia que sem Ele os discípulos não tinham condição nenhuma, nem ninguém têm. Jesus sabia que seus escolhidos se perderiam sem Ele. Assim que viu a situação, quando foi abandonado pelos seus orou ao Pai “Pai esse cálice não pode passar de mim, eles não tem condição nenhuma sozinhos” Se Jesus não fizesse o que estava predestinado a fazer estaríamos perdidos, se não morresse naquela cruz para poder habitar em nós, não haveria possibilidade de vitória sobre qualquer situação.

A condição de vitória está contida exclusivamente no sangue suficiente do Cordeiro sem pecado. Não parte da de estarmos bem, se fosse assim não passaria de uma mera religião. Geralmente pensamos que estamos prontos quando estamos fazendo tudo certinho e que isto se torna uma prerrogativa para nossa obra. Isto é legalismo, se depender de nós não passamos de meros religiosos, alguém que quer estar bem com seu ego “ah estou bem, faço tudo correto”. O jovem rico achou que a condição estava nele mesmo, ninguém o condenava, um simples convite do Senhor mostrou o fracasso da sua intenção.





Nem a oração que fazemos parte de nós mesmos, a verdadeira oração é algo que vem do Espírito, oriundo dEle e retorna pra Ele. Se a oração partir de nós mesmos só iremos pedir. Quando o Senhor transborda de nós é aí que vem as orações mais sinceras, verdadeiramente em Espírito e que realmente agrada a Deus e chega como incenso nos céus. È aí que podemos ouvir do Senhor “é isso que eu quero de você”(comunhão, verdadeira comunhão em um coração voltado pra Deus sem interesse).

Todos nós que já fomos crucificados com Cristo temos Espírito, se permitirmos que o Espírito avance Ele está pronto, mas a carne é fraca. Logo, temos muita dificuldade de andarmos nos caminhos que o SENHOR preparou para nós. A condição que nos faz andar neste caminho não parte da nossa insignificância, mas do amor de JESUS. 

Quando fazemos algo para o Senhor percebemos que a iniciativa partiu do Espírito Santo, não influenciamos de acordo com nossas falhas vontades e a glória vai toda pra Ele. Divergente de quando fazemos coisas por nossas próprias mãos, quando a glória é para nós e não tem validade alguma para o SENHOR. Obra vinda de nós não dá frutos e é pesada, a do SENHOR é dELE através de nós, o que não causa fardo e nem mesmo percebemos.

O espírito está pronto, e é como se tivéssemos na sala, mas com a luz apagada. Quando esta acende vemos tudo, mas na escuridão não podemos enxergar. Quando estamos iluminados pela luz do SENHOR iremos enxergar todo e desfrutar de bênçãos que nem temos capacidade para imaginarmos. É nos libertarmos de nós mesmos e começarmos a agir sem perceber, porque é o Senhor operando em nós por e para ELE. Assim nos livramos de ficar utilizando nossa legalismo tentar fazer algo e depois chegar diante de Deus dizendo “Senhor fiz muita coisa” e ouvir “de fato você fez mas eu não mandei você fazer nada, isso tudo não tem valor nenhum..."

Certa vez muito envolvido com meus afazeres de trabalho pedi ao Senhor para me mostrar como Ele estava me vendo. Ele me deu a graça de enxergar como eu estava totalmente envolvido com minha própria vida. Pude ouvir Ele dizer “você diz que me tem mas está preso consigo mesmo e Eu vim pra te libertar de você mesmo.” A maior prisão que o homem pode desfrutar é a própria vida, onde há legalidade de estar bem com o Senhor, de andar corretamente diante de DEUS, e não porque o Espírito nos atraiu. Para andarmos conforme a vontade dELE devemos crer na vida de CRISTO em nós, que nos fará descansar NO SENHOR. 

Não há como andarmos corretos na perspectiva divina. Quando Ele disse “aquele crer e for batizado será salvo, mas quem não crer já está condenado”. Que crer é este? É o crer da vida de Cristo dentro de nós, esta vida que não tem princípio nem meio nem fim. Com isto no coração podemos quebrar um monte de correntes, não vamos nos cansar, não vamos nos fatigar, não vamos nos esforçar para alcançar a vitória. Certa vez tive uma experiência com minha esposa, ela disse: “mas eu me esforço, faço tudo que você que quer...” Respondi: “mas é este exatamente o problema, você está se esforçando” Ela ficou sem entender e pediu para eu explicar, eu respondi “mas eu não posso te explicar, isto só Ele pode te mostrar”. E ela insistia que não entendia e pedia para eu explicar até que se esvaziou dela mesmo e pode receber a revelação, não fui eu que expliquei e sim o Senhor que revelou. Não adianta querer empurrar goela abaixo da pessoa. Por vezes por vivermos uma experiência maravilhosa em Cristo queremos que o próximo tenha e tentamos forçar a pessoa a entender aquilo, nos empolgamos e queremos a mesma coisa pra todas as pessoas e não é assim. Não adianta, pois não tem receita nem metodologia. Se fosse assim Jesus não precisava ter morrido na cruz, o Criador não é um comprimido que você usa para medicar a pessoa de qualquer jeito. Só o espírito pode conduzir alguém a revelação, devemos ter a paciência de deixar o Espírito fluir.

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