Valorize o que Deus Colocou em Suas Mãos
EXODO 4.1,2
Então respondeu Moisés, e disse: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O SENHOR não te apareceu.
E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara.
JOÃO 6.5-13
Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.
Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.
E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:
Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?
E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.
E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos pelos que estavam assentados; e igualmente também dos peixes, quanto eles queriam.
E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
Recolheram-nos, pois, e encheram doze alcofas de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
Temos buscado em Deus soluções e estratégias para sermos bem sucedidos em nossa carreira cristã, familiar e profissional, especialmente em tempos turbulentos como os de hoje.
A grande pergunta que fica do Senhor é: "Que tens em mãos?".
Há uma tendência humana de querer um milagre sem a nossa participação.
Este episódio era como que um treinamento contra esta tendência de esperar um milagre do céu sem nossa participação ou de buscar racionalmente uma solução que, humanamente, seria impossível de obter no momento.
O que temos em mãos hoje? O que Deus proveu hoje? Deus estava treinando Seus servos a confiarem plenamente Nele e a andarem no campo de Sua providência divina, se de fato fossem ser Seus cooperadores em Sua obra.
Ele também sabe que nossa tendência é apegarmo-nos a coisas visíveis e nas que nós mesmos geramos, no campo da lógica, no lugar de depender de Sua providência.
Somos tendenciosos a não valorizar o que Ele já providenciou no momento, pois nossa ótica carnal é totalmente diferente da divina.
Ele provê coisas pequenas para operar o milagre da multiplicação, mas sutilmente nós queremos as grandes, as que possamos administrar sem ser necessário Seu milagre.
Na passagem da multiplicação dos pães, vemos que Jesus já sabia o que fazer. Ele estava provando Seus discípulos. Ele disse: "Dai vós mesmos de comer!". Eles foram a Jesus e Jesus mostrou que a solução dependeria de eles valorizarem o que Ele já havia provido.
Jesus mandou-os suprirem a multidão. Ele estava treinando Seus discípulos a serem Seus colaboradores e, para isso, Jesus faria Sua parte, abençoando, mas eles deveriam fazer a parte deles, confiando e valorizando o que Deus já havia provido para o momento.
Cinco pães e dois peixinhos nada são diante da grande necessidade, é verdade, mas isso quando estão nas mãos dos homens. Quando foram transferidos das mãos deles para as do Mestre, Ele ministrou a bênção da multiplicação e todos foram supridos.
Por que somos tão infrutíferos e não saciamos as necessidades dos que estão ao nosso redor? Porque seguramos em nossas mãos o que Deus proveu e isso gera morte.
Pedimos que Ele faça milagres, mas nem sempre estamos dispostos a investir nas coisas que Ele colocou em nossas mãos.
Deus somente pode operar quando entregamos em Suas mãos o que Ele colocou primeiro em nossas mãos. Antes que Ele faça um novo milagre, Ele quer multiplicar em vida o que hoje é morte porque ainda ignoramos e seguramos.
O SEGUNDO EXEMPLO
Com Moisés, Deus manifestou o mesmo princípio. No lugar de clamar a Deus por milagres, ele deveria tocar com o bastão que estava em suas mãos e o Mar Vermelho se abriria.
Como disse Martin Luther King: "Esperar que Deus faça tudo enquanto o homem não faz nada, isso não é fé, mas superstição". Nós impedimos a bênção de Deus quando não valorizamos o que Ele já proveu.
DOIS EXTREMOS
Normalmente somos levados a dois extremos:
ou lutamos com nossas forças para fazer as coisas, sem dependermos Dele,
ou esperamos negligentemente que Ele faça tudo, sem nos movermos.
Nestes dois extremos, o inimigo sempre nos induzirá a ficarmos ofendidos por acharmos que Deus não está sendo justo em não nos socorrer; parece que Ele nos desamparou.
Mas, na verdade, Ele está procurando nos treinar no caminho do companheirismo vivo e eficaz de sermos Seus colaboradores conforme Seus princípios.
Por que você acha que Deus deve prover nossas necessidades? E o que temos feito com o que Ele já nos supriu? Deve ficar claro para nós que a provisão do Senhor sempre anda alinhada ao Seu soberano propósito.
Deus nos ama, mas quer nos livrar da vida egoísta. Ele nos ama, mas odeia nosso pecado de querermos nos relacionar com Ele para termos benefícios próprios.
Ele nos ama e deseja que O amemos ao ponto de valorizarmos somente o que de fato merece real valor, ou seja, as coisas que estão sustentadas pela verdade e que Deus, nosso provedor, nos destinou.
Ele não é tirano, não quer nos manipular, mas também não é irresponsável para suprir-nos ao ponto de nos deixar deslizar pelo caminho dos tolos que amam a vaidade e cultivam falsa felicidade que conduz à perdição.
O povo de Deus crucificou Jesus, o Messias, porque idealizaram um Messias que corresponderia à vida egoísta e religiosa que levavam.
Quantas coisas Ele proveu como o melhor para nós e nós as crucificamos?
Olhe ao seu redor. O que Deus entregou em suas mãos para colaborar com Ele?
Com nosso orgulho e ambição facilmente matamos tudo que está ao nosso redor. Não matemos o que Deus nos confiou, mas coloquemo-lo confiantemente nas mãos do Mestre diariamente para que sejam transformadas em milagres e vida aos que estão ao nosso redor.
Deus escolheu um Davi franzino, e sua família e seu povo o ignorou. O povo rejeitou Moisés, os profetas, os apóstolos, o próprio Criador.
À semelhança da igreja em Corinto, que rejeitou Paulo, o apóstolo que Deus proveu, queremos líderes e irmãos perfeitos e rejeitamos os que Ele nos deu, e isso mostra o quanto somos rebeldes e não buscamos sujeição a Ele nem relacionamento com os santos à maneira de Deus, mas sim anarquia e ambiente para satisfazer nosso egoísmo.
A verdade é que se desejamos de fato construir uma vida cristã saudável, um relacionamento saudável, uma família saudável, um ministério frutífero, teremos de nos acertar diretamente com Deus no tocante a reconhecer e valorizar o que Ele colocou em nossas mãos, pois somente administrando adequadamente o que Ele nos confiou é que poderemos avançar para coisas maiores.
"Quem é fiel no pouco também será no muito e quem é infiel no mínimo também o será no muito."
Esse é um dos principais motivos por que encontramos cristãos em depressão, isolados, moribundos, divididos com outros, amargurados, porque não valorizam as pessoas que Deus colocou ao seu redor.
Esse é o motivo por que também há tantos que buscam casarem-se e ainda estão solteiros, porque ambicionam alguém perfeito aos seus olhos egoístas e desprezam os que Deus proveu.
Esse é um dos motivos por que fracassamos na vida profissional, no ministério, na edificação da igreja e em tantas outras coisas, porque almejamos coisas melhores, em detrimento da vontade de Deus, quando desprezamos o que Ele já proveu, as que, quase sempre, são coisas humildes, pequenas aos nossos olhos entenebrecidos.
Que venhamos hoje nos render ao Senhor e procurar honrá-Lo valorizando o que Ele já nos proveu e nos arrepender por menosprezá-lo.
Peçamos a Ele para nos ajudar a exercitar fé na Sua providência divina, transferindo para Suas mãos nossos cinco pães e dois peixes e buscar Sua bênção de multiplicação em tudo que está ao nosso redor.
Valorizemos as pessoas que Ele nos deu, os irmãos, a casa, os bens, etc., e aí sim abriremos caminho para Ele ampliar nossas conquistas segundo Sua vontade.
Nossa “ambição” deve ser cumprir os propósitos de Deus através de nossas vidas e do que Ele colocou em nossas mãos. Essa é nossa missão.
Se buscarmos nosso sucesso, virá o fracasso. Se buscarmos cumprir os propósitos de Deus, seremos Seus colaboradores, e isso é sucesso e privilégio imerecido.
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