domingo, 11 de março de 2012

PAPO DA SEGUNDA - Jesus e as decepções humanas

Jesus e as decepções humanas



Jesus como Verbo Encarnado, vestindo a nossa humanidade se identificou totalmente com o homem.

Jesus como Verbo Encarnado, vestindo a nossa humanidade se identificou totalmente com o homem. Se alguém chegasse na marcenaria de seu pai, em Nazaré, no final da manhã, viria um jovem com as mãos calejadas, suado, cansado, talvez até ofegante segurando uma grande serra, ou até com um hematoma no polegar depois de levar uma martelada no dedo. Ele não é um almofadinha mas um “homem de dores experimentado nos trabalhos”. Durante seu ministério trabalhou de sol a sol apresentando o Reino de Deus e nas madrugadas frias intercedia pelos seus ouvintes contemporâneos e por Suas ovelhas futuras (nós) junto ao Pai. Sentiu fome, sentiu sede, sentiu frio, sentiu calor, sentiu ansiedades. Verdadeiramente, é muito coerente da parte do Nazareno se auto- intitular de o “Filho do homem”.
A identificação do Mestre não se deu ao nível em si mesmo do d’Ele próprio somente, mas, Ele também se relacionava com aquela gente simples, analfabeta marginalizada e sofrida da Galiléia de seu tempo.
Uma passagem do Seu Santo Evangelho que chama a atenção foi aquele dia que Ele foi para uma das festas religiosas judaicas em Jerusalém, e, em lá chegando foi ao tanque Betesda, que tinha cinco entradas. Perto dessas entradas estavam deitados muitos doentes: cegos, aleijados e paralíticos. Esperavam o movimento da água, pois, segundo uma crendice popular do povo, de vez em quando um anjo do Senhor descia e agitava a água. O primeiro doente que entrasse no tanque depois disso sarava de qualquer doença. Entre eles havia um homem que era doente fazia trinta e oito anos. Jesus viu o homem deitado e, sabendo que fazia todo esse tempo que ele era doente, perguntou: “Você quer ficar curado?”. Ele respondeu: “Senhor, eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. Cada vez que eu tento entrar, outro doente entra antes de mim”. Então Jesus disse: “Levante-se, pegue a sua cama e ande!”. No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou a cama e começou a andar. Mais tarde Jesus encontrou o homem no pátio do Templo e disse a ele: “Escute! Você agora está curado. Não peque mais, para que não aconteça com você uma coisa ainda pior” (Jo 5. 1-9,14).
Vemos que esse paralítico da história, antes de ser curado, era um homem azedo, acabrunhado, reclamão, sorumbático, enfim: decepcionado. Quando Jesus perguntou-lhe se ele queria ser curado, ao invés de o pobre coitado gritar: “Sim eu quero! Cure-me Jesus!” Reclamou: “eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. Cada vez que eu tento entrar, outro doente entra antes de mim”.
Muitas vezes nós também nos encontramos como esse homem. Somos vítimas da decepção. Quando temos o fracasso de uma esperança; quando somos assolados por uma desilusão na vida; quando somos derrubados por um desengano, quando pegos por um desapontamento, quando recebemos uma surpresa desagradável; quando nos defrontamos com uma contrariedade, quando somos vítimas de um desgosto. O que seria de nós, quando acometidos de paralisia espiritual, se Jesus não se envolvesse conosco?
À semelhança daquele paralítico, muitas vezes, paramos; nossa alma fica letárgica, e nosso espírito se atrofia por que nos decepcionamos em um dos três níveis de decepção que todo crente está sujeito. 

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