Jesus e as decepções humanas 2
I. DECEPCIONAMO-NOS CONOSCO MESMO
Talvez, aquele homem quando olhava para as suas pernas atrofiadas, sua sujeira, seu mal cheiro, sua dependência dos outros, sua miséria, sua inércia ficava ainda mais frustrado consigo mesmo. Vemos, em Jo 5.14, que a causa de sua paralisia era algum pecado que cometera. Não há nada mais que nos frustra que a consciência do pecado. Aquele homem estava decepcionado consigo mesmo. Hoje, Inúmeros motivos querem nos fazer prostrar inertes, levando-nos a nos subestimar doentiamente.
Por isso, é preciso ter firme em nossa mente que não podemos confiar em nós mesmos. Salomão disse “o que confia no seu próprio coração é insensato” (Pv 28:26). Um dos melhores crentes que pisou a face da Terra, o apóstolo Paulo, um dia, também viu-se frustrado consigo mesmo e desabafou: “Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz. Assim eu sei que o que acontece comigo é isto: Quando quero fazer o que é bom, só consigo fazer o que é mau. Dentro de mim eu sei que gosto da lei de Deus. Mas vejo uma lei diferente agindo naquilo que faço, uma lei que luta contra aquela que a minha mente aprova. Ela me torna prisioneiro da lei do pecado que age no meu corpo. Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que me leva para a morte? (Rm 7.18-24, BLH). Vemos assim que o Apóstolo aos gentios também decepcionou-se consigo mesmo.
Quantas vezes nos acabrunhamos por detectar falhas em nosso caráter? Quantas vezes nos decepcionamos por não conseguirmos orar como gostaríamos? Quantas vezes nos chateamos por nos omitimos diante de desafios que Deus coloca diante de nós? Quantas vezes nos afundamos por deixarmos de praticar a teoria do bem que conhecemos? Quantas vezes ficamos arrasados por não meditarmos na Palavra de Deus como deveríamos? Quantas vezes esquecemos que o Espírito Santo é uma pessoa e como tal quer uma relação pessoal conosco? Quantas vezes nos deprimimos por não conseguirmos ser quem gostaríamos de ser?
Isso tudo acontece porque não somos os super-homens que ingenuamente gostaríamos de ser. Por certo, Deus permite que isso ocorra para que tenhamos consciência de que o conteúdo do Evangelho dentro de nós, que é como verdadeiro tesouro espiritual, e para que tenhamos consciência de que “somos como vasos frágeis de barro para que fique claro que o poder supremo pertence a Deus e não a nós”. Por isso, devemos agir na direção da palavra do salmista: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia” (Sl 37. 5).
Mas, além de nos frustrar conosco mesmo, também nos desiludimos com aqueles que se relacionam conosco.
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