Continuando no assunto sobre "O Segredo Melhor Guardado na Bíblia", quando paramos um pouco para observarmos para as crianças, veremos que eles vivem para brincar e brigar constantemente, vemos também que compartilhar é um conceito totalmente estranho para eles. Onde aprenderam a ser egoístas?
Bem, esse é um tópico para um sermão que vamos reservar para outra oportunidade, mas é suficiente dizer que eles foram "pré-programados" para resistir a toda e qualquer tentativa de invasão de "seu espaço".
Para ter filhos obedientes e bem-comportados, os novos pais precisam rapidamente aprender que esses pequenos tesouros dos céus precisam ser consistentemente supervisionados e ensinados que o comportamento egoísta não é aceitável.
Alguns conselhos raramente serão suficientes - a maioria das crianças tem uma vontade tão forte que literalmente são necessários anos de persistência de seus pais para erradicar (pelo menos) as manifestações externas de "é meu, é meu".
Acho seguro dizer que nenhum de nós consegue superar totalmente essa característica básica da natureza humana. É de se admirar que todos tenhamos a tendência de sermos "mão fechada" com nosso dinheiro e com nossos bens?
Quando somos salvos - quando nascemos na família de Deus por meio do novo nascimento e nos tornamos cristãos - devemos cooperar totalmente com o Espírito Santo em obter a vitória sobre esse pecado infantil da carne.
Assim, vemos que a natureza humana básica tem uma grande parte na nossa relutância para sermos graciosos e generosos em ofertar, mas há outro fator que é freqüentemente negligenciado.
Estou convencido que a maioria dos cristãos nem mesmo sabe o que os termos bíblicos mordomo e mordomia significam. Eles podem ter ouvido os termos serem usados em sermões sobre mordomia - quando as receitas estão baixas e quando alguma reforma ou ampliação é necessária - mas para a maioria, eles são sinônimos de "o pastor quer um aumento!".
Para ver o que esses termos realmente significam, leia comigo no Gênesis 15:1-3: "Depois destas coisas, veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo:
Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Então disse Abrão: Senhor DEUS, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro."
Nos tempos bíblicos, o mordomo normalmente era um empregado, ou em alguns casos, um escravo, que tinha conquistado o respeito e a confiança do dono da casa. Essa confiança era tão completa que o mestre entregava toda a administração de seu patrimônio a esse indivíduo.
O que é mais singular sobre esse relacionamento era o fato que o mordono basicamente assumia o poder e a influência de seu mestre e adotava quase o mesmo estilo de vida. Durante o tempo em que o mordomo permanecesse fiel, continuava a desfrutar desses privilégios especiais. Como diríamos hoje, "Era um ótimo negócio ser um mordomo!"
Outro personagem bíblico bem-conhecido é José. Encontramos sua história também no livro de Gênesis, começando no capítulo 39 e verso 8. José estava falando com a mulher de seu senhor, Potifar, e está recusando suas insinuações maliciosas:
"Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem; ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?"
Pelo que José disse aqui, vemos que ele era o mordomo da casa de Potifar e atuava como seu procurador nas tarefas cotidianas. Todos conhecemos a história de como a mulher de Potifar, furiosa por ter sido rejeitada, acusou falsamente José, e ele acabou sendo lançado na prisão.
No entanto, em outra admirável ilustração de mordomia, José é mais tarde tirado da prisão por causa de sua habilidade, dada por Deus, de interpretar sonhos. O líder supremo do Egito, chamado Faraó, ficou tão impressionado com a interpretação de seus sonhos que promoveu José à posição de ser seu mordomo - o homem número dois em todo o Egito!
José foi da prisão para o palácio e passou o resto da vida exercendo o poder e prestígio do próprio Faraó e, ao longo do caminho, salvou o povo de Deus da fome.
Neste ponto, você provavelmente está dizendo a si mesmo, "Essas são histórias bíblicas bem-conhecidas, mas o que têm a ver com dar?"
Apenas fique comigo por um pouco mais e tentarei ligar tudo. Quando o Senhor Jesus Cristo nos salvou, passamos a ser seus "escravos por opção" - isso significa que somos escravos que escolhemos servir a um senhor.
Esses escravos podiam ser colocados em liberdade, mas por causa do relacionamento afetuoso que tinham com seus senhores, preferiam continuar a seu serviço. Como cristãos, temos um relacionamento mestre-escravo com Jesus Cristo e o servimos porque o amamos.
O apóstolo Paulo freqüentemente referia-se como servo [escravo] de Jesus Cristo. Como temos esse tipo de relacionamento com o Senhor, há algo que é muito importante que precisamos compreender com relação aos nossos bens terrenos - não somos os verdadeiros donos; eles pertencem ao Senhor! É exatamente aqui que muitos cristãos falham em seu conhecimento de Cristo e acabam privando a si mesmos de bênçãos inestimáveis.
O Senhor fez cada um de nós seus mordomos e com essa tremenda posição vem oportunidade e responsabilidade. Em 1 Coríntios 4:2, encontramos as seguintes palavras referentes a um mordomo:
"Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel."
Os mordomos precisam ser fiéis na execução de suas tarefas ou acabarão rapidamente perdendo a confiança do seu senhor. O mordomo precisa ter este pensamento em mente:
"O que meu senhor faria nesta situação? Como ele agiria aqui?" Obviamente, o mordomo deve fazer o que seu senhor deseja em todos os casos. A próxima pergunta lógica a fazer é, "Você vive sua vida de mordomo por essas regras - especificamente, busca a vontade do seu mestre no modo como trata o dinheiro e os bens dele?
Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia fala muito sobre a maravilhosa generosidade de Deus e o desejo que sigamos seu exemplo. Como mordomos, não damos o que pertence a nós - distribuímos aquilo que pertence ao Mestre e sua palavra nos diz: "... o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará." [2 Coríntios 9:6] Em Atos 20:35, é Paulo quem está falando e ele cita algo que o Senhor disse sobre dar:
"Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber."
Poderíamos citar muitos outros versos para suportar a ênfase de Deus em dar, mas por questões de brevidade, ficaremos somente com o ponto que é sua vontade revelada que contribuamos. Não podemos usar a desculpa que não conhecemos.
O que precisamos enfrentar do ponto de vista humano é que somos basicamente egoístas, "mão fechada", e relutantes em "abrir mão do nosso dinheiro suado". Para operarmos corretamente como um mordomo, precisamos depender totalmente da direção e do suporte do Espírito Santo.
Caso contrário, lutaremos em uma batalha perdida.
continua na próxima postágem...